A atividade da Licenciatura em História do IFG chegou à 5ª edição, no primeiro semestre de 2018. O objetivo é consolidar as reflexões sobre o percurso formativo proporcionado pela Prática como Componente Curricular .
No dia 14 de julho aconteceu o V Seminário de Prática como Componente Curricular do Curso de Licenciatura do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG). O evento aconteceu na Cinemateca do Câmpus Goiânia, no período matutino, e contou com a participação dos professores e acadêmicos da instituição. Já em sua quinta edição, a atividade tem sido realizada no final de cada semestre letivo do curso, com o objetivo de apresentar os trabalhos desenvolvidos na Prática como Componente Curricular (PCC). Através desse momento, professores e alunos do curso discutem sobre os caminhos percorridos e os frutos colhidos no processo de consolidação da prática docente como eixo formativo. Diante de políticas educacionais que tendem a restringir o campo de atuação das ciências humanas e sociais, torna-se imprescindível promover espaços de discussão, como este, para debater aspectos da formação e da atuação de professores.
Todos os trabalhos apresentados debateram questões importantes sobre a docência. O primeiro grupo levantou aspectos históricas sobre as políticas de formação de professores, principalmente no que diz respeito ao ensino infantil e ao ensino fundamental. Enquanto o segundo trouxe experiências vividas na Escola Família Agrícola de Uirapuru – GO (EFAU) e em escolas que ofertam a modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA). A terceira apresentação discutiu as atuais políticas educacionais em Goiás e o movimento social e sindical dos professores. Já os outros três trabalhos abordaram temas mais específicos sobre a prática docente; um deles tratou sobre a leitura e utilização de livros didáticos de História. Outro expôs uma proposta de análise de fontes históricas em sala de aula. Por fim, o último apresentou um material audiovisual e um impresso, produzidos com fins pedagógicos, para a discussão de questões raciais no ambiente escolar.
Desafios da Prática como Componente Curricular
É no intuito de articular os conhecimentos acadêmicos do saber histórico com o exercício cotidiano da docência que o Laboratório do Ensino de História e o colegiado da História buscam consolidar as bases das PCC(s). De acordo com o parecer 028/2001 do Conselho Nacional de Educação (CNE) e da Câmara Superior de Educação (CSE), que é evidenciado no Projeto Pedagógico do Curso, a Prática como Componente Curricular deve possibilitar a iniciação em questões relacionadas à docência. Nesse sentido, ela precisa acompanhar todos os períodos da licenciatura e preparar o discente para o estágio supervisionado. O parecer diz ainda que a PCC tem como um de seus objetivos a integração entre teoria e prática, direcionada para a construção de uma identidade docente.
Na intenção de cumprir os parâmetros estabelecidos no parecer 028/ 2001, o curso organizou a Prática como Componente Curricular a partir dos seguintes eixos temáticos: a) Os cursos de Licenciatura e a formação de professores no Brasil; b) Espaços educativos, modalidades e níveis de ensino; c) Formação e trabalho docente no contexto da educação escolar e do movimento dos profissionais da educação; d) Livros didáticos e prática docente; e) Fontes históricas e a prática docente; f) As diversas linguagens na prática docente; g) Formação de professores, educação e respeito às diferenças e Educação, Formação Humana e Tecnologias. Além disso, são realizadas discussões e reflexões constantes sobre o desenvolvimento da PCC: as dificuldades encontradas e as possibilidades de abordagem teórica e metodológica.
Durante o evento, os professores da Licenciatura em História destacaram o desafio de dialogar o saber histórico com os conhecimentos pedagógicos, por meio da Prática como Componente Curricular. No entanto, ressaltaram que, aos poucos, esse diálogo tem se consolidado na grade curricular e produzido excelentes resultados. Alguns estudantes também apontaram que a PCC possibilita discussões teóricas enriquecedoras, vivências em diferentes espaços de formação e a produção de materiais e possibilidades didáticas. Em suas percepções, afirmaram também a importância de momentos como os Seminários de PCC para o caminho formativo em um curso de Licenciatura.