Apresentação

A área de pesquisa em Educação em Ciências no Brasil já conta com uma história de aproximadamente cinco décadas (RAZERA, 2016). Segundo Ovigli (2015) ela remonta a década de 60 do século passado e um dos motivos que levaram à sua criação parece estar atrelado ao surgimento dos programas de pós-graduação em educação, o que de certa forma contribuiu para a disseminação de pesquisas em educação em ciências no Brasil.

Outro fator que impulsionou a pesquisa em educação em ciências no Brasil está ligado à criação da área 46 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em 2000. De acordo com Moreira (2002) durante os anos de 2000 e 2001 foram criados inúmeros programas de pós-graduação ligados à nova área e muitos outros que estão alocados na grande área “Educação” migraram para a de “Ensino de Ciências e Matemática”, com isso, no ano de 2002 em pleno desenvolvimento, era preciso o apoio à criação de novos cursos, bem como aqueles em andamento, além de zelar por critérios de qualidade que permitisse uma boa avaliação após o primeiro triênio. Nesse sentido, vimos um crescimento exponencial de teses e dissertações relacionadas especificamente a educação em ciências, consolidando-a como uma linha de pesquisa, e somado ao exposto anterior, vimos um crescimento no número de revistas especializadas na abordagem da temática, bem como no crescente número de trabalhos publicados nos eventos da área.

Em paralelo à criação da área de “Ensino de Ciências e Matemática” também é possível observar um movimento em prol à expansão de cursos de licenciatura nesta área face à criação dos institutos federais em 2008 por meio da Lei n. 11.892. Nas palavras de Pereira e Mororó (2017, p. 468) “[…] entre seus objetivos está a viabilidade da oferta de cursos de licenciatura, de modo particular, para as áreas de ciências e matemática.” Ainda, segundo os autores, tal decisão tem como fonte o estudo realizado pelos conselheiros da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação que apontou um déficit de professores nessas áreas.

A formação de professores de Ciências da Natureza é uma das frentes de atuação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG) que oferta, no ano de 2022, 9 cursos de graduação nas áreas de Ciências Biológicas (Câmpus Águas Lindas e Câmpus Formosa), Física (Câmpus Goiânia e Câmpus Jataí) e Química (Câmpus Anápolis, Câmpus Inhumas, Câmpus Itumbiara, Câmpus Luziânia e Câmpus Uruaçu) (IFG, 2022). Além disso, o IFG oferece diversos cursos de especialização na área e possui um programa de pós-graduação em Educação para Ciências e Matemática, com cursos de Mestrado e Doutorado. Nessa perspectiva, o IFG assume seu papel enquanto instituição formadora de docentes para o ensino e para a pesquisa.

Alinhada a essa perspectiva, a criação e as atividades de um grupo de estudos e pesquisas em ensino de ciências pode, conforme Maldaner (2000, apud  ECHEVERRÍA; BELISÁRIO, 2008), favorecer a formação docente, por possibilitar a integração entre ensino e pesquisa e, em específico, a pesquisa educacional. É com esse olhar que se propõe a criação do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação em Ciências (GEPEC).

Dessa forma, o GEPEC se propõe a realizar pesquisas na área de educação em ciências, assim como atuar na formação inicial e continuada de professores da área.